terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Volto já

O que me apetece dizer é "até já". Se manter este blogue fosse o preço a pagar por ter de ficar a cuidar dos meus filhos assinava já esse compromisso. É mais recompensador do que trabalhar.
Ter filhos, assumir a paternidade foi sempre, para mim, uma vontade. Eu preciso de mais tempo com os meus filhos. Nunca os achei aborrecidos ainda que por vezes me aborreçam. Por essa razão, ficar cinco dias a cuidar deles sozinho, não é brincadeira, desafio, demonstração de espécie alguma. Claro que cinco dias não é dedicar-me a isto durante dois anos, que é o tempo que a mãe deles já tem riscado nas rugas da cara. Mas quem trabalha não deixa necessariamente de se dedicar aos filhos.

Cá em casa, ontem à noite, estávamos todos felizes. Os filhos porque estavam de novo com a mãe  e porque a mãe estava genuinamente feliz. O pai porque a família estava outra vez em número certo e porque a mãe estava genuinamente feliz. E contavam-se histórias daqui e de Londres e gizavam-se já planos de uma viagem, menos solitária, a terras de sua majestade. Os beijos e abraços matavam saudades e acreditava-se que o dia de hoje seria, seguramente, melhor.

Termino então.
O pai safou-se. E mau só mesmo a primeira noite (descrita aí uns posts abaixo).
A Beatriz não teve a festa que imaginou. Mas arriscou um "até foi divertido". E gostou de ver Quatro Casamentos e um Funeral e das comidas que eu fiz e de ter boleia todos os dias da escola para casa e de casa para a escola.
O Isaac está numa fase. Que é coisa bonita para os pais dizerem quando estão aflitos a tentar descobrir o que fazer a tanto tanto tanto tanto que o filho exige deles. Mas canta tanto e tão lindamente e dá uns abracinhos tão deliciosos que tudo parece menor e sem importância.
O Nicolau tem o sorriso mais bonito do mundo. E nestes dias aprendemos mais um do outro do que nos últimos 9 meses. A mãe acha que ele cresceu imenso.
A mãe ainda em Londres escreveu: Acho que devíamos ter outro filho. E eu senti  trezentos e dois cabelos ficarem brancos.
A mãe diz: Gostei muito mas não volto a viajar sem ti, Jaime. E eu fico piegas.

Cá em casa só um de nós sabe o que é estar 105 horas totalmente sozinho a cuidar de três filhos. Dia e noite.


Até breve, então.


2 comentários:

  1. Estou com a Calita, deviam ter outro filho. E esquece lá os cabelos brancos, é mais dia, menos dia e vão passar a ser uma realidade. Nas mulheres envelhece mas nos homens dizem que dá charme (concordo, até pq vivo com o Sr Grisallho).
    Mas não podias deixar de rematar que só tu é que sabes o que é ficar 5 dias totalmente sozinho com a criançada...

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  2. Não vamos fazer o jogo do cá em casa só um de nós é que sabe..., pois não? :P

    E essa ideia de outro filho foi num momento de loucura, como deves calcular, provocado pela distância.

    E o pai, obviamente, esteve à altura, mas não esperaríamos outra coisa. Quem sabe 2012 não traz a agradável surpresa dos pais trocarem de lugar!

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